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Quem não escreve segundo o Acordo Ortográfico é inimigo do progresso linguístico da lusofonia. #AO90 #reação

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Pesquisa Google sobre “progresso linguístico da lusofonia”: 1 único resultado em 11 de Outubro de 2012.

1. Sobre o “reaccionarismo linguístico” da Língua Francesa.

«En 1718, avec sa seconde édition, le Dictionnaire introduit de façon systématique les lettres j et v en remplacement des lettres muettes qui permettaient jusqu’alors de distinguer les mots homonymes écrits respectivement avec les lettres i et u (ainsi « apuril » devient « avril »). Par ailleurs, certaines lettres étymologiques sont supprimées, de même que certains « s » muets internes… Dans le même temps, d’autres lettres muettes font leur apparition, souvent pour rappeler l’étymologie latine (le g de doigt en référence à digitus) des mots mais pas systématiquement (le h introduit dans huile ou le l ajouté à ennuyeulx n’ont rien d’étymologique 5). En 1740, avec la troisième édition, un tiers des mots change d’orthographe et les accents apparaissent (par exemple, « throne, escrire, fiebvre » deviennent « trône, écrire, fièvre, etc. »). En 1836, pour la sixième édition du Dictionnaire de l’Académie impose que les terminaisons en « ois » qui se prononcent « è » s’écrivent désormais avec « ais » (« français », « j’étais »…).
Au début du xixe siècle, l’orthographe se fixe et, contrairement aux autres pays romans, c’est le courant étymologiste qui prévaut et non pas phonétique.»
http://fr.wikipedia.org/wiki/Orthographe_fran%C3%A7aise

[tradução]
Em 1718, com a segunda edição, o Dicionário [de Língua francesa] introduz de forma sistemática as letras “j” e “v” em substituição das letras mudas que permitiam até então distinguir as palavras homónimas escritas respectivamente com as letras “i” e “u” (assim « apuril » torna-se « avril »). Por outro lado, certos caracteres de raiz etimológica são suprimidos, da mesma forma que certos “s” mudos internos… Em simultâneo surgem outras letras mudas, frequentemente como ressonância da etimologia latina (o “g” de «doigt” referindo-se a “digitus”) das palavras mas não sistematicamente (o “h” introduzido em «huile» ou o “l” acrescentado a «ennuyeulx» não têm nada de etimológico). Em 1740, com a terceira edição, um terço dos termos muda de ortografia e surgem os acentos (por exemplo, « throne, escrire, fiebvre » tornam-se « trône, écrire, fièvre, etc. »). Em 1836, a sexta edição do Dicionário da Academia impõe que as terminações em « ois » que se pronunciam « è » se escreverão doravante com « ais » (« français », « j’étais »…).
No início do século XIX a ortografia fixa-se e, contrariamente aos outros países de língua românica, é a corrente etimológica que prevalece e não a fonética.
[/tradução]

2. Sobre o “reaccionarismo linguístico” da Língua Inglesa.

«Attempts to regularize or reform the language, including spelling reform, have usually met with failure. The only significant exceptions were the reforms of Noah Webster which resulted in many of the differences between British and American spelling, such as center/centre, and dialog/dialogue. (Other differences, such as -ize/-ise in realize/realise etc., came about separately; see American and British English spelling differences for details.)»

«The modern English spelling system, with its national variants, spread together with the expansion of public education later in the 19th century.»

http://en.wikipedia.org/wiki/English_orthography

[tradução]
As tentativas para regularizar ou reformar a Língua [inglesa], incluindo a reforma da ortografia, resultaram por sistema em falhanço. As únicas excepções significativas foram as reformas de Noah Webster, que resultaram em muitas das diferenças ortográficas entre o Inglês britânico e o Inglês americano, como por exemplo «center/centre», e «dialog/dialogue». (Outras diferenças, como -ize/-ise em «realize/realise» etc., surgiram de outra forma; ver diferenças ortográficas entre o Inglês britânico e o Inglês americano para mais pormenor.)

O sistema ortográfico do Inglês moderno, com as suas variantes nacionais, difundiu-se conjuntamente com a expansão da educação pública em finais do século XIX.
[/tradução]

3. Portanto.

Segundo a “lógica” acordista o mundo divide-se em países “reaccionários”, inimigos do “progresso linguístico” e pertencendo por isso mesmo ao “terceiro mundo”, como são os casos, por exemplo, dos Estados Unidos da América, do Canadá, do Reino Unido, da Austrália, da França, da Suíça ou da Bélgica, por um lado, e por outro os países “progressistas” e “evoluídos” (grandes potências mundiais, em suma) que são neste caso apenas dois, a saber, o Brasil e Portugal.

Sim, até porque todos aqueles “atrasadíssimos” países e povos, os anglófonos e francófonos, são sumamente estúpidos, além do mais, por se recusarem “teimosamente” a “unificar” as respectivas ortografias, ao contrário do esplendoroso exemplo dos “lusófonos” que pretendem fazer rigorosamente o contrário, ou seja, unificar o que não pode ser nem faz qualquer sentido que seja “unificado”.

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