ILC contra o Acordo Ortográfico

(site original, 2010-2015)

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Os professores António Avelãs e Luís Lobo, ambos membros do Secretariado Nacional da FENPROF, tiveram ontem (21.10.14) a amabilidade de dispor de algum tempo para reunir, na sua sede nacional, com representantes da ILC-AO. Se, por um lado, os professores naturalmente se preocupam em não prejudicar os seus alunos quando estes são obrigados a utilizar o AO nos exames, também é certo que o papel do professor na sociedade não se esgota na sala de aula. Foi nesse sentido que apelámos a estes professores para que a FENPROF, com o seu historial de luta pelos interesses dos professores, reflicta sobre esta questão.

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À semelhança de reuniões anteriores com outras entidades, procurámos relatar um pouco do que tem sido a história  e a génese do AO90 e da sua entrada em vigor em Portugal – uma história de carácter, no mínimo, duvidoso e recheada de meandros pouco recomendáveis, como sabemos – e transmitir o objectivo último desta ILC: revogar essa mesma entrada em vigor no nosso país. Seria excelente se pudéssemos contar com o apoio expresso dos professores e temos a certeza de que tal apenas dignificaria essa nobre profissão.

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«O que é que a ortografia nos pode dizer sobre as relações entre as palavras? Ainda que a ortografia nos possa parecer ser aleatória ou inesperada, esta lição mostra-nos como descascar as várias camadas da ortografia nos ajuda a compreender a história complexa e a estrutura das palavras, tão cheia de sentido.»

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Mais um vídeo legendado em Pt-Pt pela ILC AO. A partir de agora poderá assistir também a esta “aula” de TED-Ed, escolhendo “Português (Portugal)” como opção de legendagem.

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Neste debate entre o professor Ernani Pimentel e a professora Renata Pallottini (membro da Academia Paulista de Letras), são apresentados diferentes pontos de vista relativamente a “mais um passo” do AO90.

Segundo Ernani Pimentel, o AO90 é praticamente igual às alterações introduzidas em 1975 (no Brasil, é capaz… quanto a Portugal, não se pode afirmar o mesmo). Ainda segundo Pimentel, não se deve decorar as coisas, mas sim compreendê-las. No entanto, faz tábua rasa de toda a história das palavras, defendendo que bastaria saber como se dizem para saber escrevê-las. Faz ainda curiosas afirmações relativamente ao senador Cyro Miranda e à comissão que este lidera. Ao minuto 7:30, é apresentado um quadro ilustrativo das propostas de alteração, onde se suprimem não só as consoantes como também as vogais “mudas”. (Porque não? Se é para suprimir, vamos a isto…)

Já a professora Renata Pallottini diz que desprezar a história das palavras é incrementar a ignorância e não melhorar a educação.

Ou seja, em suma, sirvamos a coisa em forma de sinopse, à laia de aperitivo para tornar um pouco mais tragáveis os 23 minutos deste televisivo “debate” sobre a “reforma da reforma“.

O “Coordenador do Grupo de Trabalho Técnico” (ou “Grupo Técnico de Trabalho”, pelos vistos os brasileiros não se entendem nem sobre isto) do Senado Federal brasileiro, Ernani Pimentel, participa num “debate” – em dueto com uma senhora – a um Canal de TV brasileiro. No dito debate o dito Ernani jura, mui cientificamente, que “no início, quando começou a língua portuguesa, a palavra ‘HOMEM’ não tinha H“, por um lado, e por outro lado, não menos científica e surpreendentemente, garante que “o senador Cyro Miranda não tem nada a ver com isso”, ou seja, com a “reforma da reforma” que Pimentel (diz que) está a promover no Senado do… senador.

Há na gravação, além disto, que já não seria pouco, algo de ainda mais hilariante — em forma de diálogo:

-A senhora não tem experiência de sala de aula.
-Eu sou professora há 50 anos!!!

Nada como ver (ouvir) para crer.

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PTPTLogo_43csmallAqui divulgamos mais um vídeo sobre ortografia, de uma aula TED da autoria de Gina Cooke, agora também com legendas em Pt-Pt. Se no anterior ficámos a saber porque há um “b” em “doubt” (dúvida), neste é-nos contada a história da palavra “true” (verdadeiro) e a sua relação com “tree” (árvore).

A partir de agora, quem quiser poderá assistir também a esta “aula” de TED-Ed, escolhendo “Português (Portugal)” como opção de legendagem.

TED-Ed_logoQuanto mais antiga é a palavra, mais longa (e mais fascinante) é a sua história. Com raízes no inglês arcaico, “true” partilha antepassados etimológicos com palavras como “noivo/a” ou “tréguas”… mas também com a palavra “árvore”. Na verdade, as árvores são metáforas de constância e fidelidade desde há tanto tempo quanto a palavra “true” define as mesmas qualidades. Gina Cooke descreve a relação poética entre “tree” (árvore) e “true” (verdadeiro).

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obiangreutersA X Cimeira de chefes de Estado e de Governo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) estiveram reunidos em Díli para a admissão da Guiné Equatorial como membro da CPLP. Dez anos depois de uma espera movimentada por avanços e recuos.

A Guiné Equatorial, liderada pelo Presidente Teodoro Obiang Nguema, aplicou as exigências para a adesão do país, apesar da oposição de várias organizações da sociedade civil dos países lusófonos acusar o regime de cometer violações dos direitos humanos.

O director da organização EG Justice, Tutu Alicante, radicado nos Estados Unidos da América acusou o presidente da Guiné Equatorial de usar a CPLP para branquear a imagem do país junto da comunidade internacional. O activista guineense lamentou que a CPLP “tenha tacitamente permitido deixar-se usar para lavar a imagem do mais antigo chefe de Estado do mundo, um autocrata que não respeita os direitos humanos e governa uma das corruptas nações do mundo”.

Este foi o primeiro alargamento na história dos 18 anos da organização que passa, a partir de hoje, a incluir um país não lusófono, conta a jornalista da lusa em Díli, Joana Haderer.

A antiga Guiné espanhola teve de materializar uma moratória à aplicação da pena de morte para poder fazer parte da CPLP. A Guiné Equatorial vive num clima de medo que bloqueia qualquer tentativa de derrubar o regime, exemplo disso é a existência de um único partido da oposição, o Convergência para a Democracia Social, cujo líder tem assento parlamentar, num total de cem eleitos.

À saída de encontros que teve em Lisboa, o advogado e crítico do regime da Guiné Equatorial, Ponciano Mbomio Nvó, mostrou-se preocupado pela situação política que vive a Guiné Equatorial.

Segundo o intelectual português, Adriano Moreira, o novo membro permanente da organização muda a concepção do que é a CPLP, nomeadamente, “o trabalho que deu a organizar a CPLP e o conjunto de valores que reúne”. A Guiné Equatorial não corresponde a nenhum destes pressupostos, e por isso mudou a estratégia da CPLP”, acrescentou Adriano Moreira.

À chegada do presidente da Guiné Equatorial, Teodoro Obiang, ao salão nobre do Ministério dos Negócios Estrangeiros, foi aplaudido pelos chefes de Estado e de governo presentes. Entre eles fizeram-se ouvir aplausos do primeiro-ministro português Pedro Passos Coelho, mas o mesmo não aconteceu com o presidente Aníbal Cavaco Silva.

A entrada da Guiné Equatorial já era esperada, contudo a forma como aconteceu era inesperada para os líderes políticos. “Fomos surpreendidos, mas o que nós queríamos acima de tudo era ajudar Timor-Leste para que esta cimeira fosse um sucesso” disse o presidente português, Aníbal Cavaco Silva. 

«Por consenso dos Estados-membros da CPLP, aprovou outorgar à República da Guiné Equatorial o estatuto de país membro de pleno direito no seio da comunidade, integrada até a data por um total de oito nações, cinco delas no continente africano. O nosso país passará a ser o sexto de África e o nono em ordem cronológica de adesão a esta comunidade, criada no ano de 1996», foi desta forma que o governo da Guiné Equatorial anunciou a sua adesão à CPLP no seu sítio oficial na Internet.

[Transcrição integral de colagem de diversos artigos publicados (quatro deles com gravações de emissões áudio, ouvir no “site” da RFI) pela Radio France Internationale (RFI) em 23.07.14. “Links” inseridos por nós. Destaques a “bold” conforme o original. Imagem de Reuters/RFI]

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meuselonAO1—– Original Message —–

From: Maria Abranches
Cc: http://cedilha.net/ilcao/?p=11373

O que me motiva agora é o texto recentemente publicado no sítio “Transparência e Integridade – Associação Cívica“, com o título «CPLP: o consenso da corrupção e do petróleo», que acabo de ler: http://transparencia.pt/?p=2902

É pois neste novo contexto que volto a dirigir-me a essa prestigiada instituição, na esperança de que os últimos desenvolvimentos no âmbito da CPLP tornem mais evidente a gravidade de que se reveste o desrespeito pela língua materna dos portugueses, o Português europeu, que o “Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa” de 1990 (AO90) representa. Talvez os alertas que enviei no ano passado obtenham agora maior eficácia.

Permito-me dirigir agora à “Transparência e Integridade – Associação Cívica” a pergunta e as reflexões que formulei em carta enviada a 10/07/2014 à Directora do jornal “Público”, motivada pelos artigos e recente editorial sobre a questão da adesão da Guiné Equatorial à CPLP:

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[audio: http://cedilha.net/ilcao/wp-content/uploads/2014/03/TC_rtp_podcast_lowres.mp3]

[Transcrição manual, a partir de registo áudio, de parte (entre os minutos 25:52 a 36:18) do programa Páginas de Português, RTP Play, transmitido no dia 9 de Março de 2014, intervenção de Teresa Cadete. “Links” adicionados por nós.]

 RTPLocutor: A polémica prossegue, perfilando-se os que o apoiam e os que o criticam. Entre as personalidades que defendem o abandono do acordo ortográfico está a Professora Teresa Rodrigues Cadete.

fotoTSProf.ª Teresa Cadete: Este assunto é, para já, o crivo da capacidade de pensar, de analisar todos os prós e os contras, friamente, sem deixar de fora nenhum aspecto importante e tentar compreender os argumentos do outro lado e não levar as pessoas a barricar-se numa posição de quem acha que tem toda a razão. Porque ninguém tem toda a razão. A única coisa que nós estamos a verificar é – e quando digo “nós”, digo a população que lê e que ouve falar – é que o acordo veio empobrecer a nossa língua, veio abrir uma caixa de Pandora à arbitrariedade, porque existe aqui um grande paradoxo. Por um lado, o texto do acordo prevê facultatividades. Facultatividades essas que são decepadas através do programa Lince, que está comprovadamente muito mal feito. Dou-lhe um exemplo que nós vemos: eu aprendi sempre a dizer sector, a pronunciar sector, a pronunciar espectro; por que é que o programa Lince corta aquilo que, segundo o texto do AO de 1990, se pode escrever porque se pronuncia?

L: Mas, se o acordo já está para ser implementado, estamos neste período de transição, a partir de 2016 as regras do novo acordo ortográfico vão estar completamente em vigor e a antiga ortografia, a ortografia de 1945, estará posta de lado, o que é que ainda se pode fazer para reverter, ou para melhorar a situação, ou para fazer com que a situação deixe de ser tão fracturante?

TC: A situação continuará a ser fracturante, não podemos erradicar essa possibilidade. A situação continuará a ser dramática. Eu só tenho duas certezas. Que o caos está instalado para ficar, e realmente aquele exemplo que eu dei num artigo, do sinal de trânsito em que, a pretexto de cortar um “p”, também se corta o “c”, portanto fica “Exeto universidade“, quando deveria ser, segundo o acordo de 1990, “exceto” sem “p” e de acordo com a ortografia de 1945, “excepto”, como se pronuncia em francês, em inglês e em espanhol, o caos está para ficar, é uma das certezas que já temos todos, simpatizemos ou não com o acordo, e, por outro lado, a resistência ao acordo está para ficar e não é só uma questão de uma geração, de mais idade, que se recusa a escrever de uma maneira diferente do que aprendeu; são também muitas pessoas que estudam e que estão conscientes da sua História, da sua Geografia, das suas raízes greco-latinas, e que querem amar e apreciar toda a riqueza da variante brasileira na sua sensualidade, na sua leveza, na sua diversidade. E deixe-me dizer-lhe que não conheço ninguém, entre todas essas pessoas, ninguém que seja crítico ao acordo, que não ame profundamente a riqueza da literatura brasileira e que não tenha absolutamente nada contra um uso mais amplo da variante brasileira, por exemplo, em programas de computador, em linguagens de negócios, desde que seja assinalado como tal. Eu não tenho nada contra a manutenção do Português europeu como língua minoritária, acho que é uma língua muito digna, porque pode continuar a ser minoritária e deve continuar a ser assinalada como Português-padrão. O Português do Brasil pode ser o mais divulgado, mas nenhum brasileiro teve, até agora, que eu saiba, a veleidade de dizer que o Português do Brasil era o Português-padrão. Portanto, deixemos, digamos, o irmão pequeno e o irmão grande coexistirem no encanto mútuo da descoberta da diferença.

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meuselonAO1Ontem tive o grato prazer de partilhar com o meu mais-que-tudo uma informação que soube recentemente: quantas subscrições já tinha a ILC reunido. Ele achou que já é um número muito bom. Mas achou também que o pessoal é um bocadito preguiçoso e que este número já poderia ser muito mais elevado. É claro que sim. Mas eu acho que já é um número bonito. Sobretudo porque todos sabemos como funcionamos enquanto nação. Lembro-me sempre da Expo’98: às moscas nos primeiros meses; à pinha nos últimos dias. Portanto, até ao lavar dos cestos é vindima. Ninguém nos fará desistir enquanto houver nem que seja o mais ínfimo vislumbre de esperança. Ora, neste momento há muito mais do que um vislumbre de esperança e ainda falta muito para os últimos dias. Não há como negar o crescente mal-estar causado pelo AO90, dentro e fora do país, e é claro que qualquer pessoa inteligente chega rapidamente à conclusão de que o “acordo” é uma inutilidade absurda. Tanto para Portugal como para os restantes países de língua oficial portuguesa. As pessoas inteligentes podem até ter andado distraídas, mas estão cada vez mais a despertar para o problema.

Não tencionamos, portanto, arredar pé até que o AO90 desapareça de vez para um qualquer canto recôndito e obscuro da História do país. Já estamos habituados a lidar com críticas, acusações e manobras mirabolantes vindas de vários lados. Inclusivamente, às vezes, do lado que menos esperamos. Mas temos uma já longa prática de lidar com acordistas, que acusam seja quem for do que for preciso para atingir os seus fins. Tudo o resto são amendoins. Não é por aí que nos farão desistir. Até porque temos um escudo protector imbatível: uma consciência perfeitamente tranquila, aliada à convicção de que uma ILC é uma arma poderosa, que não pode deixar de ser utilizada. Claro que não sabemos se resultará. Mas não é por isso que desistiremos de tentar.

Profissionalmente, tenho todos os motivos para me empenhar nesta luta. Tenho saudades de quando adorava a minha profissão. De quando não tinha de passar a vida a explicar a mesma coisa vezes sem conta. De quando não via estrangeiros a defender o Português mais do que os próprios portugueses. De quando não tinha de terminar colaborações de muitos anos porque me queriam obrigar a aplicar aquela coisa execrável. Acho que faz tanto sentido um tradutor usar o AO90 quanto, por exemplo, um padeiro usar farinha envenenada. Com uma matéria-prima de má qualidade não se conseguem bons produtos.

Pessoalmente, tenho ainda outro motivo para me empenhar tanto nesta luta. Pertenço à geração que cresceu no pós-25 de Abril. Acredito na força e na beleza da cidadania. Acredito que as pessoas podem fazer a diferença. Acredito que, se o quisermos, conseguiremos reverter esta situação. Acho bonito que um grupo de cidadãos, composto pelas mais variadas pessoas, se junte numa Causa comum. Muito mais quando esse grupo não tem qualquer espécie de apoios, nenhuma “maquinaria” de sustentação e já chegou tão longe. É um orgulho e uma honra fazer parte desta Iniciativa Legislativa de Cidadãos, ao lado de já tantos milhares de pessoas corajosas.

Há que continuar este trabalho. Vamos a isto.

Hermínia Castro

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[Imagem de Adega Mayor]

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Imagem da página Facebook de Duarte Branquinho.

 

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Depois de, no ano passado, o GT-AO90 ter ouvido durante largos meses as mais variadas pessoas, ter lido os contributos deixados pelos cidadãos, ter elaborado um relatório final, eis que será agora proposta a criação de um novo Grupo de Trabalho (desta vez, de iniciativa governamental) sobre, essencialmente, o mesmo tema.

Que me desculpem os Senhores Deputados, mas: para que é preciso repetir tudo outra vez? Não estiveram com atenção? Não houve tempo? Não se ouviu já gente suficiente? Não foi possível chegar a conclusão nenhuma? É que isto faz-me lembrar aquelas aulas antes do teste, em que o sumário era “Revisão da matéria dada”. Com a diferença de que neste caso será dar a matéria toda outra vez.

Já todos percebemos que o “acordo ortográfico” é um embaraço político e diplomático de proporções estrondosas, uma bota gigantesca e pesada, cheia de atilhos, fivelas e molas que não sabem como hão-de descalçar.

Já todos percebemos que se tratou de um absurdo engendrado por uma meia dúzia de académicos que não tinham mais nada que fazer e acharam que umas reuniões além-fronteiras era mesmo o que vinha a calhar, sobretudo apondo à sua “obra” os bonitos e pomposos rótulos de “evolução da Língua”, “expansão da Língua”, “facilitação da aprendizagem”, “unificação” e outras coisas no estilo.

Já todos percebemos que não é uma coisa séria nem consistente. Parte de pressupostos errados, não demonstra nada do que afirma, é um conjunto de excepções transvestidas em regras mal explicadas, é uma autêntica nódoa em termos académicos. Foi aprovado ignorando todos os pareceres relevantes das entidades competentes (não incluo como parecer relevante aquele que emanou de um dos seus autores, como é evidente). Não é credível e a prática demonstra-o todos os dias.

Já todos percebemos que é completamente inútil. Não serve para as editoras fazerem edições únicas, não serve para o Português ser admitido como língua oficial da ONU (já agora, e recordando uma outra falácia recente na pessoa de um senhor que supostamente lá trabalhava e enganou meio mundo com todo o desplante, pergunto-me por que é que basta evocar a ONU para engolirmos com a maior facilidade qualquer patranha que nos queiram impingir??), não serve para facilitar a aprendizagem aos nativos nem aos estrangeiros e, nunca é demais repeti-lo, não serve para unificar a língua coisíssima nenhuma, porque a Língua já não é “unificável” a esta altura (há muita gente que fica triste com isto, eu sei, mas é a verdade e mais vale aceitá-la de uma vez; basta ler três frases de legendas do mesmo filme em Pt-Pt e em Pt-Br para se ver que as diferenças são gritantes, com ou sem “acordo ortográfico”).

Já todos percebemos que não é uma “evolução” da Língua, porque a verdadeira evolução não acontece no laboratório, dá-se na vida real. O que a verdadeira evolução demonstra, isso sim, é que o português de Portugal e o do Brasil já não irão convergir para uma mesma Língua outra vez, com ou sem esta engenhoca linguística sem sentido. Não serve de nada andar a “atirar culpas” para um lado ou para o outro. Essa separação linguística já aconteceu e já não é reversível, com ou sem pozinhos de perlimpimpim ortográficos. O que não constitui desgraça alguma. Se a Língua é uma das expressões mais básicas da cultura de um povo, qual é o problema da diversidade cultural, há alguém que me explique?

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