TIMOR-LESTE Maioria dos professores portugueses pediu para renovar
contrato
Cerca de 85 por cento dos 162 professores
portugueses em funções em Timor-Leste pediu a renovação do contrato
para continuar a colaborar no programa de apoio de Portugal à
reintrodução da Língua Portuguesa no
território.
Um comunicado da Missão de Portugal em Díli, enviado à
Agência Lusa, precisa que 137 professores disseram querer continuar no
território durante o processo de apresentação de candidaturas para o
ano lectivo de 2001-2002.
Especialmente positivo para os responsáveis do projecto
é o facto de em
alguns dos distritos mais distantes da capital, como Bobonaro, Ermera,
Oécusse, Same e Viqueque, todos os professores ali
colocados terem solicitado a renovação do contrato.
Para a adida para a Educação da Missão de Portugal
em Díli, Maria
José Carrilho, os dados finais do processo de candidatura confirmam
as ligações estreitas já estabelecidas entre os professores e
a sociedade timorense.
"O facto de um tão grande número de professores, em
todos os
distritos, manifestar o desejo de prosseguir no próximo ano
a sua missão de
ensino da Língua Portuguesa, em Timor-Leste,
é significativo da sua solidariedade profunda com o povo
timorense", comentou.
Traduz ao mesmo tempo "a forte motivação profissional
e pessoal que
encontraram no trabalho nas escolas, na relação com as crianças e os
jovens e no envolvimento com as populações".
Depois de contactos com os responsáveis educativos timorenses, em
particular o ministro dos Assuntos Sociais, Filomeno Jacob, o
governo português decidiu manter em Timor-Leste o mesmo número de
professores para o próximo ano lectivo.
Nesse âmbito, e "tendo em conta a avaliação
globalmente
positiva do desempenho profissional dos docentes", o
Ministério da Educação autorizou "a possibilidade de renovação
de contratos".
Os 162 professores actualmente em Timor-Leste
leccionam os
cursos de língua portuguesa dirigidos a vários grupos da população timorense,
num total de cerca de 37.450 pessoas. A maioria, 33 mil,
são alunos de escolas pré-secundárias e secundárias,
recebendo ainda formação cerca de 2000 professores do ensino básico e
secundário e 600 candidatos à Universidade
de Timor-Leste.
Entre os alunos contam-se ainda 500 candidatos a
bolsas de estudo
em Portugal, 250 funcionários da Administração Pública, os 600 primeiros
recrutas das recentemente formadas Forças de Defesa de Timor-Leste
e meio milhar de outros grupos da população timorense.
Os professores estão espalhados por todos os distritos
de Timor-Leste
com a maioria nas duas maiores cidades, Díli e Baucau - respectivamente 73 e
23. O isolado enclave de Oecusse e o distrito de Lospalos,
na ponta leste, têm oito docentes, estando sete em Viqueque, e
seis em Aileu, Manatuto, Bobonaro e Liquiçá.
Ainaro e Suai têm cinco professores portugueses cada e
outros quatro
estão em Same. Além de conduzirem programas de formação nas
capitais de
distrito, os professores portugueses leccionam já em 45
dos 64 subdistritos de Timor-Leste.
"Considerando que o projecto de reintrodução da Língua
Portuguesa exigirá a continuidade de acções e o seu
alargamento, procura-se agora promover intensivamente a
formação de formadores timorenses que assegurem nos
subdistritos o ensino do português" refere o comunicado.
Já a decorrer está o primeiro curso de formação de formadores timorenses,
com 40 formandos, que iniciarão funções a partir de
Setembro.
Com a abertura, em Outubro de 2001, do curso de professores de
português para o ensino secundário - na Universidade de Díli e
com o apoio das universidades portuguesas -, "será dado um novo
passo decisivo para a capacitação de docentes timorenses e
a redução gradual da presença de professores
portugueses nas escolas do território".
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