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Dicionário prático Timor/Portugal (I a Z)

  • Internet: O ISP mais próximo é em Camberra, a milhares de km (?). Existe na Telstra e em mais 2 locais privados, em Díli. Fora da Capital, só nas instalações da UNTAET; nesta, é de borla, mas o acesso é incrivelmente restrito; nos locais a pagar, a coisa ronda os 900$00 cada... 1/4 de hora!
  • Iskola: Escola, subs.; o mais vulgar é as salas de aula apenas terem tecto (em chapa zincada), e estarem 50 graus lá dentro
  • Jaca: Uma estranhíssima fruta, verde e com aspecto espinhoso; comem-se as polpas das sementes(?); parecem gomas, amarelas; jaka, em Tétum
  • Jeep: A designação é americana (de "general purpose vehicle=g.p.=gipi=jeep") e a coisa é adequadíssima para Timor. Impossível andar de outra forma. O CATT "dá" 1 a cada grupo de 6/8 professores. Grandes máquinas, vos garanto
  • Jipão: aqueles Jeeps enormes, da Guerra do Golfo. São largos de mais para as ruas e estradas timorenses. Mas dão jeito dentro das localidades. São brancos, da PKF
  • K: Letra que existe em profusão no Tétum; muitas palavras importadas do Português têm K em vez de C
  • Kakutak: Cérebro, miolo. Confere: tem a ver com caco.
  • Kalan: Noite, subs. Boa-noite, Kalan diak
  • Kareta: Carro, automóvel; subs. Pronuncia-se "cárrêta"
  • Katuas (ou Catuas): Velho homem, ancião. A cultura timorense respeita a velhice (1)
  • Kit(médico): O que nos dão, de medicamentos e outras coisa, para levar; inclui algumas coisas essenciais, outras nem tanto; ver também a lista não-oficial
  • Koalia: Falar, conversar.
  • Kuak: Buraco. Parece que algumas ruas em Díli já os não têm. Assim desaparece uma instituição.
  • Krau: Búfalo (1)
  • Kumprimentu: Cumprimentos, saudações (tá-se mesmo a ver, não tá-se?)
  • La: Não, negativa
  • Labarik: Jovem, rapaz, rapariga. O género determina-se acrescentando Feto ou Mane. (1)
  • Lafaek: crocodilo, o simpático réptil que é logotipo de uma marca francesa especializada em "T-shirts".
  • Lalais: Depressa, sem demora (1)
  • Lenda do crocodilo: click aqui para ler a versão do escritor timorense Luís Cardoso.
  • Liquiçá: Ou Likisa, a cerca de 36 km de Díli, tem uma guarnição portuguesa da UNTAET, unidade da CIVPOL, delegação do CNRT e Casa dos Professores Portugueses
  • Língua: A Nacional é o Tétum, mas também se fala Bahasa indonésia, o Português e o Inglês
  • Liu: Composto com Diak (muito), como adv. temos diak liu=muito bom, melhor do que; adv., mais (mais do que)(1)
  • Liurai: Chefe (tradicional de um reino); monarca; chefe de suco independente (1)
  • Lixo: Há muitas lixeiras, ao acaso, mas nunca vi ninguém a recolher o lixo. A tradição local é queimá-lo, quando calha.
  • Loraik: Tarde; boa-tarde, loraik diak
  • Loro Sa'e: Nascer do sol, amanhecer
  • Lulik: sub., Cerimónia, rito animista; adj., proibido, vedado, sagrado. (1)
  • Madeira: diz-se "Ai". Se levar uma canelada, convém dizer "ouch", ou "grfgnh". Se articular "uiii!", está pedir uma batata-doce (Uhi)
  • Malae: Estrangeiro, subs.; existem variantes (mutin, metan, etc.). Pronuncia-se málái
  • Malária: Uma doença tropical perigosíssima; o m.q. paludismo
  • Mane: Macho, do género masculino; diz-se apenas de pessoas
  • Manu: Pássaro, ave, galo, frango (1)
  • Maubara: "Cidade" curiosa, para Oeste de Díli e passando por Liquiçá. Tem um Forte e vários monumentos portugueses; mais de 70% da população local votou pela "autonomia" (Otonomi).
  • Mefloquina: A substância químca anti-palúdica por excelência. Sem garantias, no entanto; quem toma esta coisa (uma vez por semana, em dia certo) apanha Paludismo à mesma
  • Microlete: Espécie de autocarro ou minibus, de vários tamanhos e feitios, mas sempre em miniatura; se tiver lotação para 10, leva 30 pessoas pelo menos; decorados à maneira dos moliceiros de Aveiro; às vezes, levam peixes a secar, pendurados de um fio, na grelha frontal. Ver IMAGEM
  • Missão Portuguesa: Enquanto não existe Embaixada (só em países independentes), é esta a representação portuguesa; fica no centro de Díli, no Edifício Acait. (nota em 13.1.02: já existe Embaixada)
  • Mosquito: O maior serial killer do mundo. Transmite dengue, paludismo e outras doenças. É conveniente usar toda a protecção possível (rede, roupa, repelente, e principalmente caçá-los antes de dormir)
  • Mulher: Feto
  • Mutin: Branco; portanto, malae-mutin é estrangeiro branco. Pode tb. querer dizer... português
  • Noite: Kalan, subs.; aos fins-de-semana, Díli tem uma "noite" muito animada. O Bá-Fon é o sítio mais frequentado, mas existem outros 2 ou 3 antros
  • Nonok: Calar, v.; pode ser utilizado como interjeição, silêncio!
  • O: tu, te. Ho o: contigo.
  • Obrigadu: é o que parece. Acrescentando Barak temos o agradecimento muito completo.
  • Oecussi: Enclave na parte ocidental da ilha; tb. dito Ocussi-Ambeno; tem um grupo de 5 professoras, que vão e vêm de helicóptero (quando há)
  • ONUMOS: Observadores militares da ONU. Andam desarmados, mas são militares e também são importantes em questões de segurança individual
  • Orações: click aqui para ler algumas orações em Tétum. Colaboração de Anabela Alves.
  • Osan: Dinheiro. (ver tb USD)
  • P: P, de letra P. Confunde-se com a letra F. Tentei explicar aos meus alunos que se trata de letras diferentes, mas não tive sorte nenhuma. Escrever "praco" está tão correcto como escrever "porte".
  • Padre: A figura central da sociedade timorense. O verdadeiro poder
  • Paludismo: Doença infecciosa endémica, transmitida por determinado mosquito; provoca febres, matando de 3 a 5 milhões de pessoas por ano, em todo o mundo
  • Pão: Ah, o excelente pãozinho português! Em Timor, há o de forma (congelado, se for da tropa) e pouco mais. Em Tétum, escreve-se ( e diz-se) PAUN.
  • PKF: Peace keaping force; as forças armadas internacionais, de manutenção da paz em Timor-Leste
  • Porta: Cada "distrito" tem uma, em cimento, com um aspecto muito característico: colunatas e trave com dísticos em bahasa indonésia; na de Díli, tiram-se fotos muito típicas para mandar à família
  • Português: A Língua que se pretende instituir; cerca de 5% da população fala com um mínimo de fluência
  • Praia: Um sonho, para quem gosta; com uns bichos esquisitos (cobras, crocodilos, etc.), e com água a mais de 30 graus (sopa de algas, é o que é); suar debaixo de água é uma experiência
  • Puritabs: Umas pastilhas que se deitam na água, para a purificar; à falta de melhor, usar lixívia (2 gotas para 5 litros)
  • Q: Não existe uma única palavra no dicionário, em Tétum, começada por esta letra; usa-se o K
  • Queimar: Indústria nacional. Além do lixo, queima-se tudo, principalmente mato, galhos, árvores, etc. Nas fotos aéreas distinguem-se dezenas de fogueirinhas. Já faltou muito mais para não haver mais nada para arder.
  • Ramelau: O ponto mais alto de Timor; Tata Mai Lau, 2950 metros
  • Saudade: O que se sente de Portugal, lá; o que se sente de Timor, cá
  • Servisu: Trabalho
  • Sorriso: O das crianças timorenses é a prova de que Deus existe
  • Suco: ou SUKU, divisão regional de distrito; o chefe é liurai (1)
  • Tabaco: Nos quarteis portugueses custa 100 paus o maço; nas ruas (o mesmo que os timorenses vão comprar aos quarteis, ou no contrabando), de 250 a 400; no comércio, de 500 a 600
  • Tais: Espécie de saia comprida; peça principal do artesanato e das tradições locais. Pano tradicional usado à maneira de saia. Tais feto para mulher, tais mane para homem
  • Tarde: Loraik
  • Telstra: No centro de Díli, onde tem Internet a 3 contos à hora, e também telefones e cartões a preços absolutamente proibitivos.
  • Tétum: A Língua nacional; entre outros números, referem-se 34 variantes, em todo o território. Ver em ethnologue.com todas as Línguas de Timor.
  • Tiu: Se bem que o Dicionário de Luís Costa lhe atribua significado equivalente aos Português (Tio "materno"), ouvi e entendi que se chama "Tiu" aos mais velhos, como sinal de respeito. Se calhar entendi mal, não vou jurar.
  • Tropa (portuguesa): Existem Fuzileiros, páraquedistas e várias unidades do Exército, além de GNR e PSP; são eles que safam os compatriotas civis, protegem-nos, dão-lhes comida, e têm planos de segurança e evacuação
  • Tu: Espetar, enfiar (!!!)
  • UNTAET: United Nations Transitional Administration for East Timor; Missão da ONU
  • USD: United States Dolar; a moeda nacional, adoptada pelo CNRT
  • Vila Verde: O bairro dos Professores em Díli, com 13 casas metálicas pré-fabricadas; tb. conhecido por Aldeia dos Macacos
  • Vidru: Além desta palavra de significado óbvio, existem mais 3 em V, no dicionário
  • w,x,y,z: Isto é fácil: não há

(1): termos sugeridos por Domingues Silva (ver correspondência de Novembro 2002)
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