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Porquê este site

É curioso que muitos visitantes deixem aqui mensagens, tanto no "livro-de-visitas" como no "fórum", ou com envio por e-mail, utilizando formas de 2ª pessoa do plural; vocês, vós, Exmos. Senhores, divulguem, façam, etc.
Se calhar, eu devia agradecer por me estarem concedendo este estatuto de pluralidade, ou multiplicidade, ou lá o que é.
Curiosamente também, algumas baixas "classificações" do site, a julgar pelas observações que se seguem, denotam a impressão de que os visitantes são exigentes porque julgam que esta página Web é feita por um grupo de pessoas, ou, em extremo, por um qualquer organismo do Estado.
Pois bem, e isso está claramente expresso na página de boas-vindas, esta página é e sempre foi da exclusiva responsabilidade e resultado do trabalho de uma única pessoa. Antes de embarcar para Timor-Leste, como Professor contratado, fiz uma páginazita sem quaisquer pretensões, que permitisse aos colegas de lá (eu incluído) contactarem com os amigos e a Família, em Portugal, e uns com os outros, no território.
Devo agora esclarecer o que aconteceu entretanto, o que explica porque estou cá em vez de estar... lá.
Muito simples: tive um problema de saúde ou, para ser exacto, dois. Azar. Duplo azar.
Por conseguinte, e para abreviar razões, fui recambiado para Portugal em Dezembro de 2000, com o bilhete de regresso, tendo o contrato caducado automaticamente ao fim de trinta dias; se quisesse voltar para Timor, depois de "tratado", teria de pagar as viagens (cerca de 400 contos).
De regresso à Pátria, portanto, resolvi desenvolver a página de comunicações e informações, para os colegas que estão em Timor, cerca de 150. E fazê-lo nos tempos livres, conforme pudesse, até porque todos nós sabemos que um Professor, em Portugal, é uma espécie de "profissional liberal" da Cultura; descartável, portanto. Sem quaisquer direitos.
Note-se que escrevo isto, em jeito de depoimento, em 11 de Junho do ano de 2001. E que, se o faço, é porque estou farto: farto da guerrilha de alguns pseudo-intelectuais bem-pensantes; farto de visitantes que raramente têm a mais ínfima das ligações com e o mais diminuto dos conhecimentos sobre Timor-Leste, mas que se arrogam o direito de "mandar bocas"; farto de mal-entendidos e de mal-intencionados; farto, em suma, de levar porrada, por assim dizer, sem dar troco, devido a ter tido o descaramento de construir um site para, com toda a modéstia, melhorar um poucochinho as condições de vida dos meus (ex) colegas em Timor.

Tentei, até agora, conservar o meu caso pessoal fora disto. Que não é nada, evidentemente, comparado com a tragédia de Timor. Mas enfim: basta. Que fique, de uma vez por todas, claro: a Internet é livre; só entra num site quem quiser. Mais. Ninguém é obrigado a ler nada, e muito menos a responder. Se não lhe agrada, a si, visitante, feche a "janela", que diabo!
Adeus. A quem não agradar o "papel de parede", os bonecos, ou a cor dos mapas, o que se pede encarecidamente é que vão despejar agressividade e frustração para outra banda. Melhor: façam o vosso próprio "sitezito".
Evidentemente, são os ossos do ofício, uma coisa tornada pública arrisca-se a apreciações negativas. Este site já não é pessoal, é público; deixou de ser meu, agora é dos visitantes. Precisamente. Algumas críticas negativas foram úteis; uma delas implicou uma remodelação profunda. Aquilo a que me refiro, e para além de deixar claro quais são as reais finalidades da página, são as perdas de tempo e de energia, o que não tem nada a ver com o serviço que se pretende prestar. E, voltamos ao princípio, há que eliminar o equívoco: uma só pessoa não é nem um organismo do Estado, nem uma empresa de "web design", nem sequer uma equipa de profissionais no terreno.
Longe de mim a muito estúpida ideia de me justificar por fazer aquilo que entender com os meus tempos (forçadamente) livres. Se encasquinei esta coisa, talvez idiota, de tentar fazer uma ponte virtual entre Portugal e Timor, isso é exclusivamente da minha conta.
Se esta página servir para um único dos Professores em Timor se sentir menos só, já serviu para alguma coisa. Se puder ser útil a alguém que está a pensar em ir para lá, é muito bom. Se ajudar um bocadinho a que uma só pessoa entenda o que se passa em Timor, é excelente. Se for apenas mais um, entre dezenas de outros, paciência.
De boas intenções está o inferno cheio. E a Terra também.

...o facto dessa iniciativa ter "descambado logo ao fim de dois ou três meses", degenerando na melhor das hipóteses na adopção de outras causas pelos subscritores que "não eram capazes de actualizar um website, enfim... de fazer um mínimo de trabalho".
Este excerto é de um interessante artigo publicado em 28.01.01 em http://tek.sapo.pt. Para melhor entender como se evaporam as boas intenções e as campanhas de solidariedade "por Timor", e porque desapareceram sem deixar rasto centenas de sites cheios de "militância" pela "causa". É que estas coisas dão trabalho...
Para ler o artigo integral, click aqui
.

Adenda, em 01.11.01
A julgar pelas estatísticas de visitantes e pelas mensagens recebidas, talvez esteja na altura de alargar o âmbito de timor.no.sapo.pt. Parece-me que este espaço está já transformado em algo semelhante a um serviço público, e cada vez de forma mais abrangente, sem restrições de área profissional, geográfica, ou quaisquer outras.
Por conseguinte, parece-me ter chegado o momento propício para uma nova remodelação, desta vez mais profunda, dando forma, na prática, àquilo que já se vai passando: timor.no.sapo.pt já não é apenas uma página de Internet dedicada aos Professores de Português em Timor-Leste, mas antes um serviço destinado a todos os Portugueses em Timor e a todos os Timorenses em Portugal.

2ª adenda, em 11.01.02
No passado dia 04.01.02, remeti ao Ministério da Ciência e Tecnologia um projecto de financiamento deste site, ao abrigo do POSI (Programa Operacional Sociedade da Informação), e respeitando concretamente ao FASI (Fundo de Apoio à Dinamização da Sociedade da Informação).
Este Fundo Comunitário destina-se, entre outros, a projectos de:
- criação de sites de interesse público
- aquisição ou produção de conteúdos de interesse público
O projecto visa, apenas, a obtenção de algum apoio para a manutenção e o desenvolvimento de timor.no.sapo.pt. Caso se concretize o financiamento, e atendendo ao regulamento - na minha opinião, absolutamente draconiano - do "host" (www.sapo.pt), este site será obrigado a mudar de endereço, até porque parte da verba será para pagar o respectivo alojamento. Talvez então, com uma URL de primeiro nível, e com novas ferramentas (hardware e software), este espaço possa atingir uma nova e mais pujante dimensão.
Mantendo, no entanto, absoluta independência, e apenas nessa condição.
Este site foi criado em Agosto de 2000, ficando então alojado em "Geocities" e mais tarde em "Terrávista", estando nas homepages do "Sapo" desde Março de 2001; criado e gerido apenas e em exclusivo por uma única pessoa, sem apoio de qualquer espécie, público ou privado.
Muitos visitantes me sugeriram este passo, o que sempre evitei precisamente porque não troco a liberdade de pensamento que aqui se respira por coisa alguma.
A ver vamos.
05.03.02
Já vimos.
Fui informado por telefone de que o pedido de financiamento está indeferido. Foi-me lido o despacho do responsável pelo POSI/FASI; a frase-chave é "este Programa não contempla projectos de financiamento apresentados em nome individual".
Aguardo comunicação oficial, ou seja, a chegada desta carta, para publicação integral.

Com data de 28.02.02, assinada pelo Gestor do Programa, a carta reza assim:

Informamos V.Exa. não estar previsto o apoio público disponibilizado pelo POSI a projectos candidatos ao Eixo 2, promovidos por pessoas singulares.

Considerando a natureza do projecto apresentado, sugerimos um contacto com organizações com actividade relativa a Timor Lorosae, no sentido de verificar do seu interesse em se assumirem como promotores do mesmo.

Seguem-se os cumprimentos da praxe e assinatura.
Assunto encerrado (?).

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